G.E.R.E.L.

Grupo de estudos religiosos Estrela de Luz

(Elaborado e Ministrado pelo Dirigente Espiritual Endrico de Paula Rodrigues)

 

Centro de Umbanda Estrela de Luz

 Módulo I

 

"Para que o estudo aconteça de forma simples, direta e seja realmente útil, nortearemos todos os ensinamentos a seguir pelo que é praticado no Centro de Umbanda Estrela de Luz."

 

 

1ª aula 28/06/2011

O que é a Umbanda

 

     Antes de conceituarmos a Umbanda é de extrema relevância sabermos a origem de Religião.

Do Latin "RE LIGARE"  em portugês Religação.

Toda Religião é composta de regras, dogmas e mistérios, porém, nunca devemos nos esquecer do principal que é a pureza da busca por DEUS.

A UMBANDA é uma religião de cunho ESPÍRITA composta por:

Elementos Divinos - Orixás e Guias;

Princípios - Fé,  Amor, Respeito, Compaixão, Caridade e União;

Rituais - Trabalhos, Oferendas, Consagrações;  

Doutrina - Linhas de Trabalho, Orientação aos Médiuns e Consulentes;

Elementos Humanos - Hierarquia da casa;.

 

Agregando ainda os seguintes elementos.

 

Africanos - Culto aos Orixás e aos Espíritos Antepassados;

Indígenas - Culto às suas Divindades e aos Espíritos Antepassados;

Orientais - O entendimento da reencarnção e do Karma;

Cristianismo - Os ensinamentos de Jesus Cristo;

Kardecismo - A racionalização e o Estudo;

 

 

A Origem da Umbanda

Em 1908, na federação espírita, em Niterói, um jovem de 17 anos, Zélio Fernandino de Moraes, foi convidado a participar da Mesa Espírita. Ao serem iniciados os trabalhos, manifestaram-se em Zélio espíritos que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da Mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passavam de espíritos atrasados.

As entidades deram seus nomes como Caboclo das Sete encruzilhadas e Pai Antônio. No dia seguinte, as entidades começaram a atender na residência de Zélio todos àqueles que necessitavam, e, posteriormente, fundaram a Tenda espírita Nossa Senhora da Piedade.

Podemos ver nos dias de hoje, muitos Centros de Umbanda trabalhando nesta doutrina criada por estas duas Entidades realizando trabalhos de Caboclos e de Pretos Velhos e ainda abrindo espaço para outras linhas, como no nosso Centro, onde trabalhamos com as linhas de Anjinhos, Baianos, Marinheiros, Ciganos, Exus, Pombas Giras e em alguns casos com outras linhas menos conhecidas por nossos Médiuns como por exemplo a linha de Boiadeiro.

Existem ainda outras formas de se trabalhar na Umbanda diferente daquilo que estamos habituados, são elas:

"Umbanda Popular" - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como       Macumba;

"Umbanda Branca ou de Mesa" -  Com um cunho "kardecista" muito forte

"Umbanda Omolokô" - Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;

"Umbanda Traçada, Cruzada ou Umbandomblé" - Onde o mesmo chefe da casa trabalha com  a Umbanda e com o candomblé;

"Umbanda Esotérica" - Chamam a Umbanda como a Aumbhandan que seria um conjunto de leis divinas;

"Umbanda Iniciática" - É derivada da Umbanda Esotérica, onde há a busca de uma convergência doutrinária e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese;

 

2ª aula 12/07/2011

 

Mediunidade

 

     É uma faculdade inerente ao homem que permite a ele a percepção, em qualquer grau, da influência dos Espíritos.

     Portanto, todos possuem mediunidade variando apenas a intensidade que esta se apresenta.    

     Para ficar mais claro, é relevante entendermos o significado da palavra médium:

     Do latim “medium” em português meio, intermediário, medianeiro.

     Assim, médium é a pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens, aquele que sente a influência dos Espíritos de modo ostensivo.

     A predisposição mediúnica independe do sexo, da idade e do temperamento ou ainda da religião. Contudo, quanto mais elevado for moralmente o médium, melhor instrumento este se tornará aos Espíritos.

    

Tipos de Mediunidade

.

Médiuns Audientes - São médiuns que ouvem os Espíritos. Podendo ser como uma voz interna, ou ainda uma voz externa, clara como a de um espírito encarnado.

Médiuns Videntes - São dotados da faculdade de ver os Espíritos.

Médiuns Curadores – São médiuns que possuem o dom de curar pelo simples toque, olhar, ou ainda por um gesto, sem uso de qualquer medicação.

Médiuns inconscientes – O Espírito atua diretamente sobre o médium, impulsionando-o. O que caracteriza este gênero de mediunidade é a inconsciência absoluta, por parte do médium, acontecendo tudo antes do pensamento.

Médiuns Intuitivos ou conscientes – O Espírito não atua diretamente no corpo do médium, mas sim, sobre sua alma passando-lhe sua vontade e suas ideias. A alma recebe instrução do Espírito e a executa. Nesta situação, o médium tem consciência do que faz, embora não expresse seus próprios pensamentos, ocorrendo o pensamento antes de tudo.

 

Médiuns Semiconscientes – O Espírito atua em conjunto com o médium, tendo esse, lembranças espaças do período em que esteve sob a influência do Espírito ocorrendo assim, o pensamento junto com as palavras e os movimentos.

Médiuns Psicógrafos – São os médiuns aptos a receber a comunicação dos Espíritos através da escrita.

     Existem ainda, outros gêneros de mediunidade menos comuns na Umbanda, retratados por Allan Kardec no livro dos médiuns, mas que  para os nossos estudos é irrelevante no momento.

 

O desenvolvimento mediúnico

 

     No Centro de Umbanda Estrela de Luz o desenvolvimento dos médiuns se dá obedecendo as orientações dadas pelas entidades orientadoras da casa, respeitando os limites, as particularidades e as necessidades de cada indivíduo.

     Para que o médium possa se desenvolver é necessário que ele tenha consciência de que a Umbanda exercida no Centro de Umbanda Estrela de Luz é uma Religião Cristã, assim sendo, louvar a Deus e seguir os ensinamentos de Jesus devem ser seus objetivos maiores.

 

Consagrações

 

     Os preparos e consagrações acontecem independentemente da vontade dos médiuns, pois, nada mais é que uma demonstração de que o médium alcançou um bom nível em seu desenvolvimento Assim, o que o ritual representa é que depois do preparo o médium passa a ter uma responsabilidade ainda maior nos trabalhos feitos na casa.

    

As Consagrações feitas no C.U.E.L. são:

Batismo de Médiuns.

Sete Linhas.

Exu.

Pai Pequeno / Mãe Pequena

Dirigente

Ogan.

Chefe de Terreiro*

Casamento / Batismo*

 

A responsabilidade de ser Médium

 

 

     Os médiuns de Umbanda tem que se conscientizar da responsabilidade de ser um mediador do plano material com o plano espiritual, portanto, é relevante considerar que ...       

 

 

 

3ª aula 26/07/2011

Orixás e Guias

Orixás

 

     Saber lidar com os Orixás é inerente ao trabalho na Umbanda e por isso, daremos o devido valor a esse tema em nossos estudos.

     Se desmembrarmos a palavra ORIXÁ, chegaremos ao seguinte resultado:

Ori = Coroa

Xá = Luz.

     Portanto podemos concluir que o significado é Cora de Luz, ou ainda, Cora Iluminada.

     Em nossa Umbanda são cultuados os seguintes Orixás:

 

OLORUM, Deus, o Criador.

OXALÁ, o maior na hierarquia dos Orixás, se apresenta sob três formas:

  • Oxaguiã: o Oxalá Menino, que é sincretizado com o Menino Jesus de Praga.
  • Oxalufã: o Oxalá Velho, sincretizado com Jesus no Monte das Oliveiras.
  • Oxalá: sincretizado com Jesus Cristo.

Elemento; luz.

Dia da semana; Domingo.

Cor; Branca.

Saudação; Êpa Babá (Salve! Pai).

OGUM, Talvez o Orixá mais conhecido da Umbanda, se apresenta sob as seguintes formas:

  • Ogum Megê; cor, vermelho e preto. Trabalha em harmonia com Omulú.
  • Ogum Rompe Mato; cor, Vermelho e verde. Trabalha em harmonia com Oxosse.
  • Ogum Beira-mar; cor, Coral, trabalha em harmonia com e Iemanjá.
  • Ogum Iara; cor, vermelho e azul escuro. Trabalha em harmonia com Oxum.
  • Ogum de Lei; cor, vermelho e branco. Trabalha em harmonia com Xangô.
  • Ogum Matinata; cor, vermelho. Trabalha na própria vibração de Ogum, não se misturando com outras vibrações.
  • Ogum Naruê; cor, vermelho e branco. Trabalha em harmonia com a linha das Almas (Yorimá).
  • Ogum Xoroquê; cor, vermelho e preto. Trabalha em harmonia com Exu.

     Na Umbanda que seguimos no C.U.E.L. o que realmente é importante saber sobre Ogum, é que ele é o Orixá das Batalhas, é quem corta as Demandas, é quem nos auxilia a vencer nossas dificuldades.

Elemento; aço, ferro.

Dia da semana; Terça Feira.

Sincretismo; São Jorge.

Cor; Vermelha.

Saudação; Ogunhê! ou Patacorê!

OXOSSE, Orixá das matas e da saúde, é ele quem abre os caminhos, nos auxilia em nossas dificuldades financeiras, pois também é o Orixá da fartura.

Elemento; Matas, Terra.

Dia da semana; Segunda Feira.

Sincretismo; São Sebastião.

Cor; Verde

Saudação; Okê Arô! ou Arolé!

XANGÔ, Orixá da Justiça, é ele quem nos auxilia no dia a dia nos trazendo o sentimento de justiça.

Elemento; Pedreiras

Dia da semana; Quarta Feira.

Sincretismo; São Jerônimo.

Cor; Marrom.

Saudação; Kaô Kabecilê!

IEMANJÁ, Um dos Orixás mais cultuados da Umbanda, Padroeira do nosso Centro, Rainha do Mar, nos traz harmonia familiar, é a mãe de todos, é ela quem nos acalma nos piores momentos.

Elemento; Mar.

Dia da semana; Quinta Feira.

Sincretismo; Virgem Maria.

Cor; Azul claro.

Saudação; Odoiá!

OXUM, Rainha das cachoeiras e rios, Orixá do amor entre casais, da fertilidade, da serenidade, da beleza, da riqueza.

Elemento; Rios e cachoeiras.

Dia da semana; Sábado

Sincretismo; Nossa Senhora de Aparecida.

Cor; Azul escuro.

Saudação; Ora iê iê ô!

IANSÃ, Orixá das tempestades, dos relâmpagos, das grandes batalhas e vencedora de demandas.

Elemento; Tempestades, relâmpagos.

Dia da semana; Quarta Feira.

Sincretismo; Santa Bárbara.

Cor; Laranja.

Saudação; Epahei Oiá!

NANÃ, Orixá mais velho da Umbanda, é ela quem faz a passagem do espirito encarnado para o plano espiritual.

Elemento; lama.

Dia da semana; Domingo.

Sincretismo; Sant’Ana.

Cor; Roxo.

Saudação; Saluba Nanã!

OMULÚ, Orixá das pragas e da medicina, pois é ele quem afasta as doenças, porém não é ele quem reestabelece o convalescente.

Elemento; Pragas.

Dia da semana; Sexta Feira.

Sincretismo; São Lázaro.

Cor; Preto e Amarelo.

Saudação; Atotô Obaluaê!

 IBEJÍ, É o Orixá-Criança, são associados ao princípio da dualidade, são ligados a tudo que se inicia e nasce. São eles quem nos trazem a alegria, a pureza em nossos sentimentos.

Elemento; Nascimento, pureza.

Dia da semana, sábado.

Sincretismo; São Cosme e São Damião.

Cor; Cor de Rosa.

Saudação; Ori Ibejada!

 EXU, É o mensageiro dos Orixás, pois, é ele quem detém a faixa vibratória mais próxima da nossa, portanto, ele faz a ligação das vibrações.

Elemento; Transformações e ligações.

Dia da semana; Sexta Feira.

Sincretismo; Santo Antônio.

Cor; Preto.

Saudação; Laroiê Exu!

 

GUIAS

Espíritos de alta vibração que se manifestam utilizando as características e a força de cada Orixá de acordo com a necessidade.

No nosso Centro, trabalhamos com as seguintes linhas:

 

Pretos Velhos e Pretas Velhas, linha das almas.

Características; Fazem uso de um linguajar próprio o que nos remete as antigas senzalas, são conhecidos como os psicólogos da Umbanda, pois quase sempre têm uma palavra de consolo para nossas mazelas.

São grandes conhecedores dos mistérios do plano espiritual.

Caboclos e Caboclas, Podendo ser da Linha de Oxosse, Ogum, Xangô, Omulú, Iemanjá, Iansã, Nanã e Oxum.

Características; São também grandes conselheiros, mas têm como maior qualidade a seriedade com que tratam a todos, buscando sempre a disciplina. 

As características se modificam de acordo com a linha em que o Guia está trabalhando. 

Anjinhos; linha de Ibeji.

Características; se manifestam sempre como crianças, variando a idade entre 1 e 5 anos, podendo as vezes alcançar os 7 anos.

São Guias maravilhosos, pois, onde entra um anjinho por uma porta, a tristeza sai pela outra.

 

Exu e Pomba Gira; linha de Exu.

Características; São os guardiões da casa e dos médiuns, se apresentam em sua maioria como pessoas que tiveram seu desencarne em uma época não tão distante da nossa.    

Ciganos e Ciganas; linha de Ogum e Oxum.

Características; Trazem para o terreiro muita alegria e cura de doenças.

Apresentam-se como Ciganos que assim como os Exus tiveram seu desencarne em uma época não tão distante da nossa.

Baianos e Baianas; linha de Iemanjá, Ogum e Ibeji.

Características; Assim como os Ciganos, eles também trazem muita alegria, cura de doenças, mas principalmente nos auxiliam com nossas demandas.

Se apresentam como Baianos e nordestinos, as vezes até como cangaceiros.

Boiadeiros; linha de Oxosse.

Características; Trazem o conhecimento do caboclo brasileiro e muita alegria.

Se apresentam como boiadeiros, as vezes matutos no jeito de falar e de se expressar.

Linha do Oriente; é composta por inúmeras entidades, na grande maioria de origem oriental. Apesar disso, muitos espíritos desta Linha podem apresentar-se como caboclos ou pretos velhos.

Mas nem todos os espíritos são orientais no sentido comum da palavra. Esta Linha procurou abrigar as mais diversas entidades, que a princípio não se encaixavam em outras linhas.

 

 

4ª Aula 09/08/2011

 

Materiais usados na Umbanda

 

Atabaque – O mesmo que tambor (sempre couro animal). É um Instrumento musical consagrado utilizado pelos Curimbeiros do terreiro para atrair as vibrações dos guias e Orixás.

Defumador – Feito de ervas, serve para purificar o ambiente e as pessoas.

Alguidar – É um “prato fundo” de barro usado nas oferendas aos Orixás.  

Ervas – São utilizadas em banhos de defesa e descarrego e também na firmeza da casa e dos Médiuns.

Água do mar – Utilizada na defesa da casa e dos Médiuns e também em banhos de descarrego.

Coité – pequena cumbuca de barro utilizado pelos Pretos Velhos para firmar os Exus.

Cuia – Casca de coco utilizada como copo pelas Entidades.

Charuto – Também chamado de “cumprido” pelos guias, serve para defumar o Médium e os consulentes.

Cachimbo – Também chamado de “pito” pelos guias, tem a mesma serventia do charuto.

Pemba – giz normalmente branco, utilizado pelos guias para riscar os pontos e preparar os apetrechos que serão usados durante os trabalhos.

Punhal – Também chamado de ponteiro, serve para firmeza do Médium e para os trabalhos dos guias.

Tesoura – Também chamado de ponteiro, tem a mesma serventia que o punhal, porém é utilizado apenas pelas mulheres por ser um instrumento relacionado às Pombas Giras.

Copo / Taça – Utilizado pelas Entidades incorporadas.

Filá – Chapéu de pano que serve para proteger a coroa do Médium.

Fitas – São a representação do preparo passado pelo Médium.

 

Guias – São as firmezas que o terreiro e os guias de cada Médium utilizam para atrair as vibrações dos Orixás.

Cocar – Enfeite de cabeça, utilizado pelos Caboclos.

Flechas – Instrumento para atrair a vibração de Oxosse.

Machados – Instrumento utilizado para atrair a vibração de Xangô.

Porrete – Pedaço de madeira usado como bengala pelos guias.

Palheiro – cigarro de palha, picadão, utilizado para defumar o Médium e os consulentes.

Chapéu – Usado pelos guias, serve para atrair a vibração da Entidade.

Roupa – Uniforme da casa.

Toalha – Usado pelo Médium ou pelo guia, não podendo ser emprestada durante os trabalhos.

Pano virgem – Pano sem uso serve para a feitura de diversos trabalhos dos guias.

Pano para limpeza – pano para a limpeza dos pontos riscados.

Avental – Usado pelas pretas velhas para firmar sua vibração.

Pinga – Marafa, marafo, parati, cachaça. Serve para atrair a vibração dos guias além da limpeza da casa e dos médiuns.

Cerveja – Brancal, espuma, tem a mesma serventia da pinga.

Vinho tinto / branco – Sangue, sangue de Cristo, sangue branco, também tem a mesma serventia da pinga.

Água – Traz a pureza da vida, serve para purificar o Médium e a casa.

Guaraná – bebida de Cosme e Damião, tem a mesma serventia das outras bebidas dadas aos guias.

Groselha – Idem ao guaraná.

Macaia – fumo de corda.

Vela – “Lumado”, “velado”, “sebo”, usado para iluminar o ambiente tanto no plano material como também no plano espiritual, além de atrair as vibrações dos Orixás.

Quartinha – Pote de barro ou louça utilizado nos assentamentos dos Orixás.

Cravo de ferradura – usado como firmeza da linha de Exu e em proteções dadas pelos guias.

Moeda – Idem ao cravo de ferradura.

Dente de Cavalo – Firmeza dada aos Médiuns.

Esteira de palha – Utilizada nos Preparos dos Médiuns.

Vassoura caipira/vassourinha – Usada para limpar os Médiuns e consulentes no plano material e também no plano espiritual.

Cadeira – Usada pelo Chefe da casa enquanto estiver desincorporado e pelas entidades por ele recebidas

Espada – Firmeza da linha de Ogum.

Outros:

 

5ª Aula 23/08/2011

 

Banhos

 

     O banho é um meio de melhorar nossas vibrações, devendo ser tomado sempre que o guia espiritual disser ou sempre que o médium julgar necessário, neste caso, usando sempre a “receita” passada pelo guia chefe do terreiro.

    As ervas mais utilizadas são; arruda, alecrim, manjericão, espada de São Jorge, espada de Iansã, palha de milho, alho com palha, palha de cebola, etc.

     O banho pode ser de defesa ou de descarrego.

Banho de defesa; serve para fortalecer o indivíduo, equilibrando suas energias.

Banho de descarrego; serve para afastar as vibrações negativas.

     Além do banho, o médium deve sempre firmar uma vela para seu anjo de guarda e principalmente melhorar seus pensamentos.

 

Oferendas e despachos

 

     As oferendas são feitas sempre que o guia espiritual julgar necessárias, pois, este ato desprende uma grande quantidade de energia do médium, uma vez que a fé de quem a executa é um ingrediente mais que crucial para que esta tenha valor.

    Os despachos servem para encaminhar todas as energias negativas de um individuo ou de um centro. É sempre entregue a linha de Exu.

     Muitas coisas podem ser feitas por meio de uma oferenda ou despacho, em função disso deve-se tomar muito cuidado.

 

 

6ª Aula 20/09/2011

Curimba

 

Os atabaques utilizados nos Terreiros de Umbanda servem como ponto de ligação e louvação aos Orixás e Guias.

O uso dos atabaques surgiu na Umbanda, por influencia dos cultos de origem africana, em especial o de origem Bantu (Angola), em que os tambores são tocados com as mãos, diferentemente dos Candomblés de Nação Keto, que utilizam varetas, chamadas de “Akidavis”.

Existem três tipos de atabaques utilizados em uma Curimba de Umbanda, “Rum”, “Rumpi” e “Lê”. Em nosso Terreiro esses atabaques têm as seguintes funções:

  • Rum – É o atabaque com o som mais grave, serve, portanto para marcação dos pontos entoados nos trabalhos.
  • Rumpi – É o atabaque com som mais agudo, serve, portanto para repicar o som da marcação.
  • Lê – É um atabaque com som intermediário, nem tão grave, nem tão agudo, serve, portanto para acompanhar o ritmo.

Na Curimba da casa, temos ainda a consagração feita no atabaque, onde cada um é cruzado na linha de um determinado Orixá. (Ogum, Xangô, Oxossi).

 

Por que usar o couro de animal nos Atabaques?

Na antiguidade, o Homem usava esticar o couro de sua caça em troncos de árvores para representar o choro do animal morto, lembrando-se com isso do sacrifício feito para que sua comunidade pudesse se alimentar. Esse ato humanizava mais ainda a situação e com isso, o toque do tambor o aproximava do criador e de seus ancestrais.

Nos dias de hoje podemos simplificar muito nossa vida em diversos âmbitos, porém, não podemos nos desvencilhar de nossas origens.

Dizemos, portanto, que o toque no tambor preparado com pele animal é parte crucial para a realização dos trabalhos.

 

Composição da Curimba

Nossa Curimba é composta por Quatro atabaques, dois agogôs, um triângulo, dois chocalhos e um pandeiro.

Hierarquia na Curimba

 

Ogãn chefe ou “Alabê” é o Médium preparado na Curimba que pode representar todas as linhas de todos os Orixás cultuados na Umbanda em um trabalho.

Ogãn é o Médium preparado na Curimba que representa a linha do Orixá em que foi preparado, podendo, porém, entoar os pontos de todas as outras linhas sem que a vibração do trabalho fique comprometida.

Curimbeiro é o médium que está em fase de aprendizagem, não sendo portanto, preparado em nenhuma linha.

 

A participação da corrente na Curimba

 

È de suma importância a participação da corrente na Curimba, isso pode se dar através da dedicação do médium, cantando, batendo palmas, “vibrando” de forma intensa durante o ponto cantado, pode ainda o médium da corrente simplesmente se manter em silencio, em prece, o que se torna importante pois a Curimba e os demais médiuns que estiverem cantado não serão interrompidos e com isso a vibração do ponto cumprirá sua função no decorrer dos trabalhos.

 

7ª Aula 04/10/2011

Centro de Umbanda Estrela de Luz

 

Firmezas da casa

 

 

Firmeza = Estabilidade; constância.

 

     “Apegando-nos ao significado da palavra, podemos perceber que firmeza é a qualidade de ser “rígido” em nossa postura, não somente na Umbanda, mas também, e principalmente, em todos os campos da nossa vida.”

 

    Em nosso Terreiro podemos destacar vários pontos de firmeza fixos, tais como, os Altares (Oxalá, Oxossi, Pretos velhos, Ciganos), os cantos, os assentamentos de Exu, a Curimba, o assentamento de linha (sob o piso central do terreiro), a porteira, os tocos dos Pretos Velhos, etc. E também as firmezas eventuais, tais como, a defumação, os banhos de pipoca, de pinga, de “cheiro”, as velas, os pontos cantados, as palmas, a prece, etc.

     As firmezas fixas, sempre estão presentes independentemente de estar havendo ou não trabalho na casa, enquanto que as firmezas eventuais aparecem obrigatoriamente, e apenas, durante a realização do trabalho.

    

 

A firmeza dos Médiuns

 

     Nenhuma pessoa é obrigada a optar por trabalhar no Centro de Umbanda Estrela de Luz, porém, quando esta escolhe esse caminho deve entender que algumas OBRIGAÇÕES são inerentes a tal escolha:

 

1- Estar presente em todos os trabalhos marcados independentemente destes constarem ou não no calendário litúrgico da casa;

2- Guiar seu desenvolvimento na Umbanda de acordo com a doutrina pregada na Casa;

3- Ser humilde e aceitar a ordem passada pelos Guias Chefes e pelos dirigentes da casa;

4- Ser um instrumento dos trabalhos espirituais realizados pela Corrente espiritual

5- Zelar pelo bem estar de todos os companheiros de corrente, assim como pelas pessoas que buscam a caridade praticada por todos os Médiuns da casa;

6- Manter-se em oração durante os trabalhos, quando nenhum ponto estiver sendo puxado, a fim de manter a boa vibração dos trabalhos;

7- Exercitar a compaixão e o perdão;

8- Buscar sempre a evolução própria e do Centro;

 

     A maior firmeza de um terreiro de Umbanda é sua Corrente mediúnica, por isso, é importante que todos cumpram com suas obrigações.

 

 

 

    “Ter uma Religião pode ser difícil para muitos, pois, é se comprometer com algo muito superior a todos os nossos interesses individuais; Muito maior até que nós mesmos; É se comprometer a seguir o caminho traçado por Deus para nossa evolução.”